Mesmo tendo passado vários anos, as tragédias de Mariana e Bumadinho ainda causam desconforto e revolta. Não apenas pela forma idêntica como elas aconteceram mas também por deixarem explicito o descaso com as populações mais carentes e com o meio ambiente.
Com um formato de documentário híbrido, Lavra além de relembrar o maior crime ambiental do país também mostra como suas consequências ainda afetam as vidas de quem mora na região.
No longa acompanhamos Camila, uma geóloga que decide voltar para seu estado natal, Minas Gerais, logo depois de saber do rompimento da barragem de Mariana. Durante sua pesquisa e estudo para tentar entender como tudo aconteceu ela se vê no meio de um novo desastre, dessa vez em Brumadinho.

Apesar da sua narradora ficcional, todas as cenas, depoimentos e situações são reais. E fica claro como o custo de vidas e do meio ambiente não pode ser deixado de lado em busca de alguma riqueza que poucos realmente aproveitam.
Ao colocar a história das duas cidades em uma mesma obra, é possível ter uma visão mais ampla sobre todas as formas que a vida dos moradores é afetada por esses acontecimentos, desde de a dificuldade para plantar em um terreno que foi devastado pelo minério, até o medo constante de um novo rompimento.
O que torna a experiência do filme extremamente necessária, para pensar em novas formas de progresso e de vida.




