Com personagens carismáticos e uma história sensível sobre a importância das segundas chances e das relações que criamos, Entre Rosas consegue se destacar na forma simples mas precisa que ela aborda seus temas, e é sem dúvidas o filme perfeito para alegrar o dia.
No filme acompanhamos Eve, uma criadora de rosas híbridas que é considerada a melhor no ramo e já ganhou diversos prêmios, mas agora está prestes a decretar falência. Para auxiliar ela, sua secretária decide contratar três ex-presidiários em condicional, que tem salários menores, para ajudar na plantação e assim, elas terem alguma chance de sobreviver até o próximo concurso.
Claro que esses personagens tão diferentes da protagonista geram vários conflitos, mas todas as suas interações são bem escritas e suas aventuras são o principal alivio cômico do longa. Mas cada um tem sua personalidade bem definida, o que faz com que fiquemos apegados a todos eles.

O filme fala muito sobre o significado de família e comunidade. A importância das segundas chances e dos relacionamentos que criamos ao longo da vida. A mensagem principal pode soar clichê ou batida, mas a forma como ela é conduzida é tão delicada e bem feita que se torna impossível não terminar o filme com um sorriso no rosto.
Mesmo soando batida, a história foge do lugar comum em vários momentos, e apesar do final ser óbvio ele ainda consegue subverter algumas das expectativas que criamos, e algumas subtramas que parecem ter grande importância acabam dando espaço para outras questões mais importantes.
Essas escolhas, além de tornar ele mais rico, fazem com que o roteiro surpreenda em alguns momentos, e deixa claro que o objetivo dessas cenas era apenas para auxiliar na construção dos personagens e suas relações, o que ele faz de forma magistral.
Isso junto com as atuações, que estão impecáveis, fazem com que cada vitória ou derrota se torne ainda maior, e em vários momentos torcemos para que tudo saia bem, e que eles consigam cumprir aquilo que querem.

O maior destaque do elenco fica com Catherine Frot como a protagonista, ela consegue mostrar muito bem as alterações que sua personagem sofre ao longo do filme, e revela camadas da personalidade e história dela de forma natural e encantadora.
Outro ponto alto é a atuação de Melan Omerta como um dos ex-presidiários, ele é o responsável pelos momentos de maior impacto emocional e dramático, além de trazer um novo olhar sobre o que faz uma pessoa entrar para uma vida de crimes. Mesmo que esse não seja o foco da história, o roteiro deixa claro a importância de um sistema de apoio para jovens que são abandonados.
Com tudo isso Entre Rosas se tornou um dos meus filmes favoritos do ano. Lógico que ele não inventa a roda, e o final é bem clichê e previsível, mas as vezes o que a gente precisa é só de uma história que vai nos fazer bem e feliz, e nisso o filme consegue se destacar muito.




