Tantas Almas | A eterna luta para salvar aquilo que amamos

Apesar de se passar no início de 2000 e na Colômbia, Tantas Almas traz aquela história que é tão familiar e comum para todos os países com histórico colonial. E fica difícil não traçar paralelos entre ele e o Brasil atual.

Ao acompanharmos a busca do pescador José pelos corpos dos filhos no rio Magdalena, sequestrados e assassinados pelos paramilitares, estamos acompanhando, na realidade, a luta de um país dividido. E o rio que corta quase todo seu território é a alegoria perfeita para essa história.

O ritmo do filme é lento, e apesar de no começo me incomodar, com passagens que pareciam durar mais que o necessário. No final acredito que essa lentidão tenha sido proposital, como se simulasse o trajeto e andamento do mesmo rio que José usa no inicio para tirar seu sustento e da sua família. Mas que agora é um local de morte e almas que nunca chegarão em casa.

Foto: Divulgação

E todas essas dualidades ficam evidente com a fotografia, cheia de reflexos, contrastes entre luz e sombra e trocas de posição. Ao mesmo momento que vemos a calma e tranquilidade do lugar, sentimos o peso e perigo que está em todos os cantos.

Com uma história e performance simples mas potentes, é impossível não se emocionar e encantar pela beleza de Tantas Almas.


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