Normalmente não gosto de filmes motivacionais, ou que querem discutir questões da vida e filosofia. Por isso fui muito surpreendida com essa história que consegue trabalhar de forma tão simples e ao mesmo tempo muito profunda sobre o significado da vida.
No começo acompanhamos um agente funerário em sua rotina de trabalho, mas tudo muda quando ele quase atropela um vendedor de verduras e causa um acidente. O que inicia a amizade entre eles, mesmo que o agente seja relutante no começo e tente toda hora se afastar do outro.
Os dois não poderiam ser mais diferentes, enquanto um está desiludido com a vida e com o seu dia a dia, o outro é um grande estudante de filosofia e sempre está em busca de novas experiências e de tenta ver o lado bom de todas as situações. E depois que o vendedor de verduras invade o carro de transporte e passa a viajar para entregar um corpo a tempo, eles começam a se aproximar.
Com isso temos o grande trunfo do filme: seus diálogos. Enquanto o filosofo sempre apresenta diferentes visões sobre o sentido da vida e o que realmente seria a morte, o agente funerário passa a perceber como a vida precisa ser mais leve. Já que no final serão as coisas boas que vão ficar.

Juntando isso com várias citações de filósofos e conceitos sobre vida e morte, o filme nos convida todo o tempo a pensar sobre qual o significado dessas questões junto com os personagens. Toda cena e linha de texto estão bem encaixados, e no ato final é impossível não se emocionar com o discurso que os dois fazem em um funeral.
Então, apesar de seguir a formula dos filmes motivacionais, onde o maior obstáculo é vencido pela força e carinho, o filme consegue se destacar ao trazer dois personagens extremamente carismáticos e que transmitem muito bem a evolução da sua relação.
E isso se deve principalmente por os diretores e roteiristas serem os protagonistas da história, o que deixa suas interações ainda mais realistas. É impossível não se encantar com a química e companheirismo entre os dois!




